Troca de Mudas
Revolução Alimentar
A ONG Pachamama tem muita alegria de levar junto a @chaski.agroecologia o projeto Troca de Mudas - em que a comunidade encontra no espaço urbano um ponto de encontro de saberes sobre hortas comunitárias, agroecologia, cuidado da Terra e redes de apoio para cultivos e cuidado de sementes.
Troca de Mudas já passou o marco de 19 edições e incentiva que todos os assistentes troquem solidariamente mudas adequadas para seu ambiente local, dando e recebendo suporte para que as pequenas plantas floresçam realmente. Nesse vídeo vemos o exímio trabalho de nosso companheiro no caminho da sustentabilidade através de hortas afetivas. Celebramos cada semente na terra dessas terras de Aracaju. Viva as hortas urbanas e comunitárias!
Revolução Alimentar
"Defender a vida na sua diversidade"
Vandana Shiva
A Vida se manifesta junto a uma profunda criatividade desta terra. Dela
colhemos frutos diversos, coloridos, saborosos que alimentam uma rede
solidária como uma fonte de energia refinada, de vida. Unir-se a essa fonte,
recuperando as raízes que sempre estiveram dando a nutrição a esse planeta,
é voltar a se conectar com a intimidade da criação.
Defrontamo-nos com imensas cadeias que aprisionam a vida desde essa essência,
desde as sementes e métodos de produção, uma rede que consome venenos e
desertifica solos produtivos. Encontramos alimentos modificados geneticamente
em nossa mesa, no nosso cotidiano.
E de onde provêm os alimentos?
Sabemos manejar, plantar e colher?
Os conhecemos?
A ONG Pachamama sensibilizada em proteger e resgatar os valores relativos a TERRA, tem como uma das áreas de serviços projetos que se interligam à chamada Revolução Alimentar, tão combatida desde a conhecida Revolução Verde e hoje mascarada pela Economia Verde / Capitalismo Verde. Por que a Revolução Alimentar é essencial?
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Corremos risco de ficar sem alimentos ou sem a diversidade deles (a variedade dentro das espécies é fundamental para a segurança alimentar);
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As corporações dominam a alimentação, por isso é preciso que o consumo de alimentos sejam oriundos das agriculturas familiar e tradicional;
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Há uma iminente ação devastadora dos transgênicos, do patenteamento de culturas e uso de agrotóxicos.
Para ajudar a realizar uma mudança de paradigma nos alinhamos em quatro frentes de ação:
a) Semear sistemas agrícolas sustentáveis, tal como a Agrofloresta
A nossa primeira Agrofloresta foi implementada em uma das Comunidades Campesinas (Nhanderu’ete) do movimento no ano de 2012 e conta com várias culturas agrícolas aliadas com a florestal. Com este novo modelo de produção, valoriza-se, preserva e cultiva a produção de alimentos desde a Biodiversidade de Pachamama (ao contrário da monocultura).
Hoje as hortas e agroflorestas são realidade em todos os espaços comunitários do Movimento Nación Pachamama, que busca aliar o plantio, o cuidado com a terra, a soberania alimentar com a educação. É o caso do Projeto chamado "Quintal-Escola Intihuatana", da Casa Coletiva Intihuatana que está localizada em Sabiaguaba, Fortaleza - Brasil. Dentro deste, pretende-se melhorar os cultivos aos quais já nos dedicamos, como horta, espiral de ervas, agrofloresta, criação de galinhas e abelhas nativas Jandaíra, jardinagem poética, e integrá-los para oferecer ensinamentos permeados pela beleza da Mística Andina.
"Nosso quintal é maior do que o mundo, plantamos sementes de amor à Pachamama" Casa Coletiva Intiwatana:
Curso de Agricultura Urbana em parceria com Chaski Hortas Urbanas na Comunidade Campesina Santuário Nhanderu’ete:
b) Empoderamento social no cultivo dos alimentos
Nas Comunidades Campesinas do Movimento Nación Pachamama, hortas são cultivadas, desenvolvidas e experimentadas pelas mãos de hermanos e hermanas (que conhecem ou não a lida com a Terra), por isso foram criados espaços para aprendizado e trabalho no manejo e cultivo de alimentos. Nossas comunidades são laboratórios vivos, em que experienciamos na prática tudo o que sonhamos para o mundo.
Junto a isso, incentiva-se que os ativistas da Nación Pachamama espalhados em todo o Brasil e mundo, valendo-se das leis de incentivo à agricultura urbana em suas cidades, ocupem espaços para criação de hortas comunitárias a fim de promover a soberania alimentar, a ressignificação do contato com o alimento e impactando nas relações coletivas com os moradores envolvidos no cuidado comunitário, além de preencher o concreto com verde.
c) Respeito e Proteção das Sementes Crioulas
Por volta dos anos 60, com a chamada Revolução Verde, houve um intenso trabalho por parte de grandes multinacionais, da mídia e com o apoio do aparato institucional de técnicos e engenheiros agrícolas que se prestaram ao serviço de desestimular o uso das sementes crioulas que seriam substituídas pelas sementes transgênicas, juntamente com a crença de que se alcançaria maior produtividade através do uso de adubação química, agrotóxicos e com a utilização de sementes “melhoradas geneticamente”. Hoje já é visivel e sabido que tudo não passou de uma grande jogada em que poucos ganham e muitos perdem, culminando em um ciclo de dependência em que agricultores e agricultoras a dependerem cada vez mais dos produtos químicos produzidos por essas multinacionais, além de uma imensa cadeia de destruição contaminando e envenenando todas as formas de vida na terra.
Desde o inicio de nossa caminhada enquanto coletivo e instituição trabalhamos para incentivar a formação de bancos de sementes nativas para guardar, semear, trocar e plantar e entre todas as comunidades fazemos esse intercambio de culturas e saberes, fortalecendo também as redes nacionais que mantem a tradição do cuidado e cultivo natural, agroecológico, como as Feiras de Sementes Crioulas que estão cada vez mais fortalecidas.
De todas as sementes crioulas às de milho guarani, Avaty-ete e Abatí são as mais abundantes.
Também cultivamos e resgatamos a cultura da araruta da extinção. A Araruta é uma raíz e alimento riquíssimo que segundo a extensionista social da Empaer, Elicinéia Fortes o motivo da extinção seria a entrada de outras féculas, como a de trigo, milho e principalmente a da mandioca, muitas vezes vendida como se fosse de araruta. Originária das regiões tropicais da América do Sul, a araruta possui folhas que podem atingir até 30 centímetros de comprimento e possui uma raiz de fécula branca. Fonte de fécula facilmente absorvível pelo organismo, a araruta foi inicialmente utilizada pelos indígenas, o que foi copiado pelos colonizadores. No entanto, o cultivo perdeu espaço nos últimos 50 anos.
d) Conscientização do consumo de alimentos orgânicos
Ao longo de toda a geografia da Nación Pachamama, incentivamos o plantio e o consumo de alimentos saudáveis. Acreditamos em uma relação harmoniosa com os animais e além de hortas também desenvolvemos o cultivo de abelhas e a criação de galinhas levando em consideração o cuidado entre todos para que os alimentos sejam fruto da entrega carinhosa da vida em seu ritmo natural.
Duas vezes ao ano, nos equinócios de março e setembro, na Prática dos 21 dias, realizamos uma desintoxicação e orientamos a todos os praticantes que consumam alimentos livres de agrotóxicos e cheios de prana – Conheça a Prática dos 21 dias.
Além disso, a ONG Pachamama apoia a Associação do Projeto Taquari em Campina Grande do Sul e incentiva dentre muitas atividades oferecidas pela Associação a produção de alimentos agroecológicos em espaços comunitários com agricultura familiar e estimula a educação ambiental da população ao realizar o Projeto Câmbio Verde, em que materiais recicláveis são trocados por alimento produzido pelas agricultoras e agricultores da região nas hortas comunitárias.
Veja a recente matéria sobre as Hortas Comunitárias do Projeto Taquari.
A importância das abelhas
Assim como o ar, o sol, a água, a terra são de todos e para todos,
as abelhas cultivadas nas comunidades campesinas
do Movimento Nación Pachamama prestam um serviço à toda a humanidade,
todos nos beneficiamos quando alguém se dispõe a cuidá-las e preservá-las!
APOIE A INICIATIVA DE CULTIVO DE ABELHAS E COLMÉIAS
Para saber mais sobre Revolução Alimentar, recomendamos o video:
MUDA TUDO
Os grandes centros urbanos carecem de verde!
Após algumas assembleias realizadas pelo Brasil, em um ato criativo, os ativistas da Nación Pachamama iniciam o projeto “MUDA TUDO”.
A iniciativa vem da sensibilidade junto aos espaços onde vivemos e como uma Ação para provocar a indiferença do Homem para com a Vida, preenchendo o cinza e o asfalto com Mudas; uma militância poética e ativa invadirá os centros urbanos, instigando o cuidado coletivo com o que foi plantado.
Os ativistas, observando o descaso com o tema da água nas cidades, a difusão da alimentação industrial, a perseverança dos agrotóxicos, os transgênicos, o monopólio das sementes, a fome e da deseducação do cultivo da terra em casas e famílias, criaram o MUDA TUDO para provocar esta secura com muitas doses de ousadia, amor e resistência.
Uma mescla de arte e meio ambiente, as ações estvam presentes nos espaços comuns (ruas), onde eram plantadas e entregues mudas de alimentos orgânicos, árvores e flores, brincando com o trânsito em grandes avenidas, pontos de ônibus, saídas de escolas, ruas com grande circulação de pedestres, etc.
Esse projeto está finalizado, mas nada impede que o realizes quando sentires.
Assista abaixo manual de preparo de mudas:
Voltarmos a nos educar num jeito simples de vida, já cultivada por nossos avôs e avós, resgatando a intimidade de cada indivíduo para com o outro, orientados pelo jeito latino-americano de ser, ou seja, simples, alegre, espontâneo e espirituoso. Nossas comunidades semeiam a vida em complementariedade, o Bem Viver! É a plasmação de uma utopia as avessas, pois trabalhamos para retornarmos a ser quem somos, pequenos companheiros latino-americanos, livres e devotos.